Criatividade e paciência são fundamentais na educação infantil
15/10/2021 13:38 em Novidades

A professora Maria Deusivane Leite Figueiredo, de 45 anos, diz que a vontade de ser professora começou na infância, por admirar o papel do profissional. Mas, devido à necessidade financeira, começou a trabalhar cedo em empresa, o que a levou a fazer a primeira faculdade, de administração. Ela ficou na área por 15 anos. 

“Comecei a questionar o que queria realmente para minha vida e resolvi realizar meu sonho de criança: fazer pedagogia. Fui muito criticada pelos colegas, pois já ocupava cargo de confiança na empresa. E então comecei a trabalhar profissionalmente com crianças, mas já realizava trabalhos voluntários com os pequenos”. 

A escolha que a levou a trabalhar com essa faixa etária é “o amor pela educação. Estou sempre lendo, realizando cursos e procurando melhorar a minha prática, pois tenho consciência da importância do meu papel na vida dos meus pequenos alunos”, relata Maria, que leciona há 13 anos. Atualmente, ela dá aulas para uma turma de Jardim II, com crianças entre cinco e seis anos. 

A professora Maria Adalgiza Nogueira de Lima, de 58 anos, escolheu a profissão quando tinha filhos pequenos. “A minha vontade de fazer pedagogia não foi um sonho, foi de repente: eu tinha meus filhos pequenos, o mais novo estava entrando na educação infantil, eu estava me vendo em casa, sem fazer nada e fui fazer o magistério. Aí me apaixonei. Comecei a dar aula na rede estadual e depois fui fazer o curso superior de pedagogia”.

A escolha de trabalhar com os pequenos vem do carinho que eles devolvem para a professora. “Eu trabalho na educação infantil porque as crianças são a inocência, né? E é tudo feito com muito carinho, eles não fazem nada por interesse, eles gostam da gente porque gostam mesmo e me dá muita força trabalhar com eles. Eu me sinto muito bem, eu amo estar perto deles”, conta a professora, mais conhecida como Giza. Atualmente, ela dá aulas para uma turma de maternal, com crianças entre dois e três anos. 

As duas trabalham em uma escola particular, especializada em educação infantil, na Mooca, zona leste de São Paulo. A professora Maria afirma que trabalhar com educação infantil é recompensador. “A alegria e a energia que eles transmitem são revigorantes! As crianças estão se desenvolvendo e têm muita vontade de aprender. Acredito que meu papel não é transmitir apenas os conteúdos programados, mas sim trabalhar a escuta e descobrir o que eles têm interesse em aprender. Quando questionamos as crianças e elas percebem o nosso interesse no que sentem, no que querem, elas se envolvem muito mais no aprendizado”. 

Apesar do retorno das crianças, Maria, que tem especialização em psicopedagogia, lamenta que a educação infantil não seja tão valorizada. “O que sinto de pior na educação infantil é o descaso de governantes em não valorizar o profissional dessa área e profissionais que não se preparam para essa tarefa tão importante”.

A opinião é compartilhada pela colega de profissão. “A pior parte mesmo é a desvalorização em si. Não só do professor da educação infantil, como de todas as séries”, diz a professora Giza. 

A educação infantil é a primeira etapa da educação básica e abrange a creche e a pré-escola para as crianças de zero a cinco anos. As outras fases do ensino básico são o fundamental, dos seis aos 14 anos, e o ensino médio, dos 15 aos 17. 

Os municípios são responsáveis por fornecer a educação infantil, ou seja, creches para crianças até três anos e pré-escolas, para crianças de quatro e cinco anos. 

COMENTÁRIOS