Fundação Fé e Alegria Montes Claros promove Encontro Virtual sobre Violência Contra Mulher
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Publicado em 03/09/2021

Foi realizado nesta quinta-feira (02), um Encontro Virtual, com o tema "Violência contra Mulher", promovido pela Fundação Fé e Alegria / Unidade Montes Claros.

O evento contou com a participação de 34 pessoas, dentre elas, educandas do Curso de Confecção de Peças Íntimas, adolescentes, famílias, colaboradores da Unidade. Além da presença da coordenadora da Fundação, Fernanda Ariele da Silva, que realizou a mediação do encontro.

Com a temática no âmbito da “Violência contra Mulher”, o encontro contou com participação especial da  Cientista Social e Vice Presidente da União Popular de Mulheres de Montes Claros-UPM, Márcia Beatriz Inácio, da Gestora Social da Política de Prevenção a Criminalidade de Montes Claros, da Ceapa - Central de Acompanhamento de Alternativas Penais, Vanessa Alves Silva, e do Cabo da Polícia Militar,  Alex Fonseca Mourão.

De acordo com Márcia Beatriz Inácio, Cientista Social, e Vice Presidente da União Popular de Mulheres de Montes Claros-UPM, falar de violência é falar de relações entre pessoas circunscrita em normas de gênero especificas. “É importante frisar que as desigualdades socialmente estabelecidas para os comportamentos” femininos” e “ masculinos” são articulados com outros marcadores sociais na produção de desigualdades e violências. E, por isso, é fundamental desnaturalizar papéis para construir uma cultura de respeito aos direitos humanos das mulheres em sua diversidade”- ressaltou.

A Cientista Social acrescentou que se faz necessário, “ – envolver os homens na superação desta cultura violenta; reconhecer e dar atenção paras as formas institucionais de violência perpetradas pelo Estado e assegurar o protagonismo das mulheres por meio de políticas públicas de educação. Além de autonomia econômica e financeira, equidade no trabalho doméstico e no trabalho remunerado; garantia de investimento na expansão com qualidade da rede de atenção e enfrentamento à violência”.

Outra importante consideração durante o encontro virtual, foi de reconhecimento a cerca da Lei Maria da Penha, no âmbito da unidade doméstica, da família,  em qualquer relação íntima de afeto.

Diante do dossiê apresentado pela UPM foi possível identificar que, 54% das mulheres declararam conhecer ao menos uma mulher que sofreu algum tipo de agressão do seu parceiro.

 

 

A Cientista Social, também destacou que a discriminação contra as mulheres concorre não som para que a violência aconteça, mas para sua permanência, pois o papel tradicional de mãe imposto às mulheres faz com elas coloquem os filhos e o relacionamento do pai com os filhos em primeiro lugar.  “- A mulher em alguns casos é ameaçada de morte se acabar com a relação, e ela sempre acredita que vai melhorar e quando procura ajuda é desencorajada”- disse.

Outra frente que trabalha no combate da violência contra mulher é a Central de Acompanhamento de Alternativas Penais (Ceapa).

Segundo Vanessa Alves Silva, Gestora Social da Política de Prevenção a Criminalidade de Montes Claros, a Ceapa tem como objetivo contribuir para o fortalecimento e consolidação das alternativas à prisão no Estado de Minas Gerais, pautando ações de responsabilização com liberdade.  “- É um serviço responsável pelo acompanhamento das pessoas em cumprimento de alternativas penais e pela fiscalização acerca do cumprimento da determinação judicial”- explicou.

A Polícia Militar também atua diretamente no levantamento e acompanhamento de mulheres que sofrem ou já sofreram violência. De acordo com Cabo Alex Fonseca Moura, a PPVA-  Patrulha de Prevenção a Violência Doméstica , trabalha no atendimento especializado às vítimas reais e potenciais,  na quebra do ciclo de violência. “- Nós temos a responsabilidade de atuar com encaminhamentos de rede de proteção a vítima de violência doméstica e atuar diretamente na dissuasão do  agressor.

 

 

 

Ainda de acordo com o levantamento realizado pela Polícia Militar nos últimos seis meses de 2021, foram registradas 1881 casos de violência doméstica contra mulher. Neste período os militares realizaram 1615 visitas, com 420 casos iniciados, 330 pessoas atendidas e 189 casos encerrados.

 

 

 

O Encontro Virtual foi finalizado relatos e depoimentos das educandas assistidas pela Fundação. Rosineide Vilas Boas foi uma delas, que na oportunidade, ela relatou sobre um caso de violência contra mulher, envolvendo uma colega de trabalho. – Eu fiquei muito agradecida pelas as palavras e orientações dos palestrantes, pois vivi isso nesta semana com uma pessoa muito próxima. Eu fiquei chocada em perceber em pleno século XXI ainda deparamos com homens que batem cruelmente em mulheres, e eu orientei a minha colega de trabalho a denunciar e a procurar ajuda, porque se hoje ela está apanhando, amanhã ninguém sabe se poderá estar viva, por isso é importante se proteger “- contou.

 

 

Da redação

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