Foi realizado nesta quinta-feira (16), um encontro virtual , com o Tema Convivência Familiar. O objetivo do encontro foi apresentar as educandas do Curso de Confecção de Peças Intimas, adolescentes, famílias e colaboradoras da Fundação Fé e Alegria, sobre a importância do fortalecimento dos laços familiares.
O evento contou com a participação da psicanalista e jornalista Karla Viviane Moreira, que na oportunidade pontuou como que o cenário globalizado atual tem alimentado por transformações contínuas, delineado novas formas de "ser e estar" em família.
“Com a demanda capitalista que exige alta produtividade, as famílias têm dedicado maior parte do tempo para as exigências do mercado de trabalho. E o reflexo deste contexto tem aumentado cada vez mais crianças, adolescentes, com rotinas carregadas de atividades, mas esvaziadas de brincadeiras, de simbolização, da autoridade e atenção dos pais. E pais cada mais dando atenção as rotinas de casa, do trabalho, esquecendo de viver e valorizar o dia, a noite, ou seja, os momentos importantes do dia-a-dia,” – esclareceu.
Para a especialista a convivência familiar é a condição fundamental para a simbolização e para a organização psíquica da própria história e estes laços precisam serem valorizados a todo instante. “Deste o momento que acordamos temos que nos permitir sermos felizes e não achar que a felicidade estar em sempre fazer pelo outro, esquecendo de que cada um de nós somos prioridade nesta vida”- acrescentou.
Ainda de acordo com a psicanalista, se faz necessário o entendimento de que as primeiras vivências de um indivíduo ocorrem no núcleo familiar e estão diretamente associadas à constituição do psiquismo. Desta forma, quando este direito é violado, o menor está à mercê de diversos prejuízos psicológicos, por isso é importante o reconhecimento e valorização do meio, e das pessoas que estão ao seu redor. “Estratégias para superar as dificuldades advindas da ruptura familiar, como a promoção do afeto à criança e ao adolescente, e até mesmo aos adultos é um passo para transformação de um cenário, onde muitas vezes há muito grito, discussão, intriga, falta de respeito, de amor, e os reflexos destes comportamentos podem levar a uma convivência familiar cada vez mais tóxica. - “Precisamos exercitar a arte do “saber como falar”, o momento de falar as palavras a serem usadas. Elas têm um poder grandioso de ressignificação e transformação dos lares”, - complementou.
A educanda Selma Cristina Oliveira, acredita que as palavras tem esta força de mudança e transformação nos lares. “ Gosto muito da frase que precisamos saber como falar , importante este entendimento de fala a todo instante, com os nossos familiares”. Para ela, onde há dialogo o respeito e a felicidade opera.
O encontrou contou com a participação de cerca de 30 pessoas e mediação da Coordenadora Fernanda Ariele da Silva, da Coordenadora Pedagógica, Fabíola Sarmento, e da Educadora Social Araceli Oliveira. Foram duas horas de encontro com muito aprendizado e troca de experiências.