Semana da Mulher é marcada por diversas atividades em Fé e Alegria Montes Claros
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Publicado em 20/03/2017

 

A Fundação Fé e Alegria Montes Claros realizou, durante a Semana da Mulher, diversas atividades voltadas à luta pelos direitos iguais: por nenhum direito a menos, a fim de reiterar este momento como um movimento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres, para, enfim, transformar o dia 8 de março em uma comemoração e impedir que retrocessos ameacem o que já foi conquistado.

A data refere-se à morte de aproximadamente 130 mulheres carbonizadas, em 1857, quando foram trancadas em uma fábrica de tecelagem, em Nova York, onde trabalhavam, por estarem em greve. Em homenagem a estas mulheres, em 1910, declarou-se o dia 8 de março como o “Dia Internacional da Mulher”.

         Em Montes Claros, a Fé e Alegria iniciou as atividades com um Cinema Comentado e a exibição aos educandos do documentário “Lute como uma Menina”, que mostra a autonomia, liderança e protagonismo das meninas durante as ocupações das escolas em São Paulo e que posteriormente aconteceu por todos os estados brasileiros.

          As crianças fizeram desenhos com relação ao que elas entendem sobre protagonismo feminino. Houve, ainda, um Ato Unificado das Mulheres na Câmara de Vereadores na cidade, para que a discussão encontrasse caminhos em todos os setores da sociedade.

       O ponto alto das atividades aconteceu durante a 1ª Reunião de Pais, Mães e Responsáveis do ano de 2017, que contou com diversas homenagens às mulheres: educandos das oficinas de música e dança, orientados pelos educadores Fabiano e Priscila, realizaram apresentações culturais que encantaram as mulheres presentes. Houve ainda uma roda de conversa com a Daliana (Professora de Sociologia da Unimontes e Coordenadora do Projeto Observatório Empoderamento do Feminino); Débora Guedes (Presidente da Olga – Organização Libertadora de Gênero e Ativismo) e Janaelle Neri (Proprietária da Carí – Feito à mão, que empodera mulheres na confecção de diversos acessórios).

        Durante a conversa, foram discutidos os dados do Mapa da Violência 2015 (Cebela/Flacso), que mostra que o Brasil está entre os países com maior índice de homicídios femininos: estima-se que cinco mulheres são espancadas a cada 2 minutos. O parceiro (marido, namorado ou ex) é o responsável por mais de 80% dos casos reportados.

        Encerrando as atividades, aconteceu a Marcha das Mulheres de Montes Claros: uma grandiosa mobilização que levou às ruas o anseio de centenas de mulheres por mais respeito e dignidade.

         Nasta Hanna Souza e Silva, Assistente Social da Fé e Alegria Montes Claros, considera a política de gênero uma pauta de grande relevância para a Fundação. “O objetivo deste trabalho foi o de possibilitar momentos de discussão e reflexão sobre o real sentido do dia Internacional da Mulher. Assim, durante o mês de março de 2017 participamos em ações externas junto a uma rede de instituições e movimentos sociais e ações internas com as crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidade. Espera-se que a partir dos trabalhos realizados mudanças comecem a acontecer em nossa comunidade que ainda possui traços de conservadorismo”, disse.

           E o objetivo proposto parece ter mesmo encontrado sentido na mudança realizada na vida das mulheres de Fé e Alegria. Ivanilda Gonçalves Durães, participa da Oficina de Artesanato há 10 anos. Segundo ela, as atividades propostas na Semana da Mulher fizeram com que a consciência comece a mudar aos poucos. “Estivemos no manifesto pelas mulheres. Achei ótimo, mas ainda tem pouca mulher lutando pelo direito delas. Elas têm medo de ir à luta, à frente como nós fomos – uma caminhada só de mulheres! Temos que reivindicar nossos direitos e conseguir lutar pelo que a gente quer”. “O importante é não ter medo de ser mulher”, completou.

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