Fundação Fé e Alegria de Montes Claros celebra o dia Internacional da mulher
Novidades
Publicado em 24/03/2021

Relembrar as batalhas enfrentadas pelas mulheres durante toda a história e evidenciar os direitos negados que ainda persistem em nossa sociedade

 

 

Em celebração ao Dia Internacional da Mulher, data comemorada mundialmente no dia 8 de março desde a década de 70, a Fundação Fé e Alegria Montes Claros, desenvolveu entre os dias 8 a 12 de março, importantes ações de reflexões e debates em relação a mulher na sociedade.

De acordo com a Coordenadora de Projetos da Fundação Fé e Alegria, Araceli Oliveira Lopes, para trabalhar a semana da mulher foi preciso inovar. “Diante do atual cenário posto pela pandemia da COVID-19, as atividades presenciais no Centro Social deu espaço para a realização de uma programação totalmente virtual, que valorizou o diálogo em diversas temáticas relevantes, trazendo como entrevistadas, mulheres que são referência no munícipio na defesa dos direitos” -ressaltou.

Um dos temas proposto foi sobre o contexto histórico da semana da mulher, realizado pela professora Cláudia Maia, Doutora em História e Coordenadora Nacional do GT Estudos de Gênero da ANPUH/BRASIL). Durante a sua apresentação ela enfatizou que “o Dia Internacional da mulher, foi criado pela ONU- Organização das Nações Unidas, para lembrar sobre a luta da mulher. Cada movimento social apresenta várias versões sobre o protagonismo ao dia, um exemplo diz respeito a uma greve de operárias que aconteceu no final do século XIX, nos Estados Unidos, onde elas reivindicavam uma jornada de trabalho menos intensa. Em reação aos protestos, colocaram fogo na fábrica, vitimando várias trabalhadoras e este foi dos marcos que deu a origem do dia 8 de março”.

Foi também abordado sobre a violência contra mulher, considerada hoje como uma das maiores violações dos direitos humanos. Maíza Rodrigues, Defensora Pública e Presidente do Conselho Municipal da Mulher de Montes Claros, fez um alerta para que as mulheres entendam sobre os tipos e como a violência ocorre. “Todas mulheres já sofreram ou vão sofrer algum tipo de violência e os atos se estendem ao campo físico, psicológico, moral, patrimonial e sexual. Ela acrescentou que “- o Brasil ocupa o 5º lugar no mundo, com maior índice de violência contra mulher. Portanto é preciso ter um apoio mais direto e efetivo, com atendimento 24hs às mulheres” - ressaltou.

 A Semana da Mulher foi uma oportunidade também, para aprofundar ainda mais sobre as desigualdades e potencializar as violências sofridas pelas mulheres, principalmente neste período onde a maioria dos casos ocorrem dentro de casa. Para a Coordenadora de Projetos, com as ações virtuais foi possível alcançar resultados bastante positivos. “-Trabalhar temáticas relacionadas à violência, injustiças, desigualdades, direitos e cuidado, tornou-se ainda mais fundamental, -pontou. 

Este também foi o entendimento da Micaela Guimaraes Miguel, ex-educanda da Fundação e acadêmica de psicologia, que na oportunidade falou um pouco sobre a luta e desafios do empoderamento feminino. “Não podemos nos calar diante dos problemas, temos é que levantar a cabeça e seguir em frente”,- afirmou.

Para a Coordenadora da Fundação, Fernanda Ariele Silva,  diante dos temas trabalhados foi possível perceber o grande interesse dos educandos em participar e dar sua voz e serem também escutados. “- Todas estas atividades são realizadas anualmente, com o intuito de colaborar para adquirir conhecimento dos direitos da mulheres e o mais importante lembrar que não é um momento para falar sobre a beleza, a maternidade, mas que ainda somos desiguais em relação aos homens e há preconceitos existentes em todos os âmbitos da sociedade. Estas ações devem atingir não somente às mulheres, mas também os homens”,- indagou.

Quem reforçou este aprendizado foi o educando, Pedro Henrique Gonçalves de Souza, de 18 anos, que participou ativamente das temáticas. Para ele, foram importantes as ações que a Fundação Fé e Alegria realizadas na Semana da mulher, – “as entrevistas, os vídeos e os panfletos levam muita informação para todos, principalmente para mulheres vítimas de violência. Vejo nas notícias sobre feminicídio que a cada dia aumenta o número de vítimas e nós temos que saber como ajudá-las nesses casos e evitar que isso ocorra, além de denunciar. As pessoas precisam conhecer seus direitos e deveres. Acredito que todo tipo de preconceito e discriminação acontece por falta de informação e de conhecimento” ,-enfatizou.

“Mas é preciso compreender que a luta continua enquanto houver direitos negados, mulheres forem vítimas de uma sociedade preconceituosa e machista. A voz da mulher deve ecoar em defesa dos direitos, para que tenham uma vida mais justa e igualitária. E mais do que isso se faz necessário o cuidado diário mentalmente quando se trata em ser  uma mulher feliz”.  Este foi o assunto desenvolvido também por meio de uma entrevista com a psicologia Juliana Vieira da Silva, que finalizou as atividades da Semana da Mulher.

Formação em ação

Além da entrevistas realizadas ao longo da semana, os educadores e as participantes tiveram a oportunidade de aprofundar os seus conhecimentos com um curso de formação na área do Cooperativismo e Empreendedorismo, ministrada pela Terapeuta e Consultora Silva Albuquerque da Fundação Fé e Alegria de Pernambuco.  Para Luciene de Jesus, educanda do Curso de Confecção de Peças Íntimas da Fundação de Montes Claros, “- foi tudo muito importante e satisfatório, mais uma palestra que muito me chamou a atenção foi a de empreendedorismo, ali eu pude ver o quanto consigo chegar onde eu quero, precisava só de um empurrãozinho, e naquele momento eu levei o tão esperado empurrãozinho. Aprendi que empreender e arregaçar as mangas e colocar em prática tudo do que nós aprendemos”,- disse.

Parceria

Por meio da parceria entre a Instituição Fé e Alegria e CRAS Independência , o “Dia Internacional da Mulher” não passou despercebido. Foi realizada ações em prol da valorização e defesa das Mulheres.

De acordo com a Assistente Social do CRAS do bairro Independência,  Sílvia Cristina Aragão, – “um mural foi montado na recepção do CRAS com fotografias e histórias de mulheres que contribuíram com o movimento de defesa aos direitos e as lutas das mulheres na sociedade. Através desse mural e entrega de folhetos alcançamos um público significativo, pois mesmo diante da pandemia o fluxo de atendimento no CRAS não parou. Além disso, as palestras foram encaminhadas aos participantes os grupos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos/ SCFV do CRAS Independência e demais unidades”, - explicou.

Ascom: Fundação Fé e Alegria/// Foto: Divulgação

 

 

 

Comentários
Comentário enviado com sucesso!