Fomentar a equidade de gênero e o pensamento crítico de jovens e adolescentes é um dos objetivos do Grupo PJO - Protagonismo Juvenil Organizado, atividade realizada por Fé e Alegria Montes Claros/MG, por meio do projeto “Meninas e Meninos Livres”.
Segundo a Coordenadora, Fernanda Ariele da Silva, o PJO é importante para a Fundação Fé e Alegria, pois representa um espaço de formação e escuta para os(as) adolescentes e jovens atendidos. Além disso, é uma atividade que oportuniza o conhecimento das questões referentes à equidade de gênero, tema necessário e importante nos dias atuais.
“Ele surgiu por meio de uma iniciativa nacional da Fundação Fé e Alegria e ao longo dos anos podemos elencar como resultados obtidos com este trabalho: ampliação dos conhecimentos sobre direitos e deveres por parte dos educandos, oferta de um espaço onde os(as) adolescentes e jovens podem ser ouvidos(as) em suas necessidades; melhora na participação em processos decisórios e em ações de mobilização social. O PJO é um espaço onde os(as) adolescentes e jovens têm espaço, vez e voz”- frisa a coordenadora, Fernanda Ariele da Silva.
De acordo com a Educadora Social, Rayane Amarante dos Santos, o grupo conta hoje com cerca de 30 adolescentes e jovens com idade entre 12 a 18 anos e tem por objetivo ofertar formações, dinâmicas, leituras, apresentação de vídeos, filmes, bem como, propiciar momentos de rodas de conversas com temáticas inspiradas pelo princípio de equidade de gênero.
“A partir da formação do grupo PJO, foi possível perceber melhorias no processo de interação dos(as) participantes; aumento do interesse em aprender sobre temas abordados; maior engajamento dos(as) adolescentes e jovens nas ações de incidência política; houve ainda, a formação de grêmio de educandos(as) para participação nas decisões relativas aos direitos e deveres dos atendidos por Fé e Alegria” – esclarece a Educadora Social.
Ações remotas
Ainda segundo a Educadora Social, devido à suspensão das atividades presenciais para cumprimento das orientações e medidas previstas para precaução à proliferação do Novo Coronavírus, tornaram-se necessárias as mudanças nas formas de atendimento e acompanhamento do grupo PJO. Assim, os encontros passaram a ser realizados de forma virtual, acontecendo uma vez na semana, com duração de duas horas e meia, objetivando dar continuidade nas atividades, conversas, debates, aprendizados e ações em consonância com a proposta do grupo. “Durante os encontros são trabalhados temas que estejam em acordo com o princípio de equidade de gênero, como, empoderamento feminino, combate ao machismo, desconstrução da masculinidade tóxica, protagonismo juvenil, cultura de paz. Também são trabalhados temas relativos à saúde emocional, temas transversais e assuntos relacionados à educação integral, que visam formação cidadã e estímulo ao pensamento crítico, bem como, participação social”- acrescenta Rayane Amarante dos Santos.
Para quem participa dos encontros fica o aprendizado semanal, como afirma a educanda Jennifer Kauany Rodrigues Cardoso, de 12 anos. “Minha experiência com o PJO foi e está sendo um grande aprendizado, debatemos vários temas importantes e, às vezes, polêmicos para a sociedade. Antes da pandemia, as reuniões eram presenciais, podíamos ter mais contato, o que mudou foi a forma de realizar os encontros, continuamos participando das dinâmicas e atividades que foram modificadas para fazer virtualmente e acompanhamos sem precisar sair de casa”.
A Fundação Fé e Alegria atende famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade e risco social. Com a pandemia de COVID-19 essas vulnerabilidades tornaram-se ainda mais evidentes, sendo que, a maioria das famílias não tem acesso à rede de internet banda larga, muitos(as) educandos(as) participam dos encontros virtuais através de aparelhos celulares e nem sempre conseguem um bom acesso à ferramenta utilizada para a reunião.
Para a educanda, Alana Emanuele Silveira Soares, de 13 anos, o PJO é muito importante, porque aprende sobre vários assuntos. “Nos encontros discutimos sobre assuntos do nosso cotidiano, que se não tivéssemos aprendido nas formações, talvez deixaríamos passar sem buscar solução. Por isso digo que o PJO é muito importante para a nossa formação. Depois que os encontros passaram a ser virtuais por causa da pandemia, senti um pouco de dificuldade de acompanhar, pois meu celular não abre câmera e microfone, mas ainda assim, não deixo de participar e sempre tiro minhas dúvidas pelo chat. Torço para tudo ficar bem e voltarmos aos encontros presenciais”.
Conforme, Rayane Amarante dos Santos, a proposta é intensificar o contato com os participantes por meio das redes sociais, como grupo de WhatsApp e outros meios de comunicação, para acompanhamento social, interação, como também, envio de vídeos, textos, comunicados e atividades que possam ser realizadas em casa.
Da redação / foto : Fé e Alegria Montes Claros